Águas-marinhas

Sem memória foi sentindo

fumando sem parar, dedos amarelos

castanhos,

sonhos desfeitos pela vida

vivida

sentida

sofrida,

cansado sentou-se cabeça para o piso

pisado, qual destino,

um dia e outro seguidos, completos

discutidos, complexa

expectativa desse nada total.

Hoje o pensamento não voava

entrava antárctico adentro

um arrepio breve suave

silencioso

tranquilo

adagio

musical fúnebre

angelical e comovente,

mesmo sem as águas-marinhas

amores-perfeitos da sua imaginação

quis parar procurando no som do mar

a cor desse dia.