Antropofagia infantil

passei pelo haiti

Não era longe daqui,

Era u'a favela brasil,

Porque no Brasil

Não era assim.

Tinha ali alguns seres

Que pareciam crianças:

Olheiras... rostos cavados...

Olhos abomináveis,

Porém, sinceros,

Nada escondiam...

E ainda sorriam,

Dentes saltando

De boca em boca,

Por falta de boca,

as costelas eram

como terra sulcada,

O que ninguém conta,

É que faziam de conta

Que ivivam.

E ninguém dava conta,

Pois a carne era fraca

No país do carnaval.

E ninguém dava bola

No país Do futebol.

Bem perto, um brasil,

Um anti haiti,

Gordo e feliz

Qual nunca vi.

Olhos altaneiros

Tudo escondiam,

Até o prato do dia

Que era a carne,

A carne magra

Das criancinhas do haiti

nas contas gordas

Gordas e bancárias.

Enqquanto a carne mofava

Comiam o corpo de Cristo,

Com a das criancinhas,

Compravam carros.

as crianças

Não tinham copa nem cozinha,

A copa era do mundo.

Mas, cá entre nós,

Na linha de fundo,

Não era um mundo,

Era um... imundo.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 22/06/2010
Reeditado em 29/07/2010
Código do texto: T2334594
Classificação de conteúdo: seguro