VIVO
Pra finalizar minha carreira,
mesmo que não pareça o defunto querer,
peço, sim, uma orquestra.
Pra finalizar minha carreira,
minhas corridas e animadas palavras,
volantes dessa viazinha funesta...
Pra finalizar, queira ou não queira,
há de tocar um montão de alaúdes.
Pra finalizar minha carreira,
pedirei àquela moça que se retire da sala.
Você mesmo, moça que não me lê.
Bárbara sua atriz interna,
que me ilude sem querer.
Morenice das outras peles: luz pelo sol refletida de você
Se toda a tristeza minha veio de um erro de percurso
no que posso chamar por paixão,
parece-me que não... não há razão para deixá-la;
mas levá-la à perfeição...
Longe de mim essa desgraça!
Vade-retro! retrospectiva, invade, lasciva...
Minhas corridas e animadas palavras,
volantes dessa viazinha funesta,
o que me resta para o fim de carreira?
Ficar chorando por besteira?
Eis-me muito vivo,
vivo,
vivo,
vivo,
vivo,
vivo, vivo.