inesperada

inesperada

te ver chegar

quieta

sem alarde

no meio do dia

no fim da tarde

inesperada

quanto essa ansiedade

que de tão longe te espera

toda a saudade que eu tinha

tão sincera

sem nunca saber se vinhas

ou ao menos quem eras

inesperada

como chega a madrugada

a lua repentina

a primeira luz do sol

que invade o sono

ou o vento frio

que levemente

faz dançar as cortinas

inesperada

grata surpresa

que vem me libertar finalmente

das garras afiadas da tristeza

que há tanto tempo

me devora

desde que me fez de presa

inesperada

gracejo da vida

beijo roubado

desejo

despedida

inesperada

que vem

duvidosa

dividida

que chega do nada

de onde eu menos sabia

como vem as manhãs

como vem os versos

como vem a poesia

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 21/06/2010
Código do texto: T2333420