A erva daninha

A erva daninha

Não me merece, como jamais merecerá.

Vestes brancas cobrem as feridas que me causa.

O medo está ao meu redor quando dele passo a lembrar.

E as minhas lágrimas... Ele as pode explicar.

Como um sopro noturno numa sala vazia,

Evocando ecos, entre brechas as melodias.

Espalhando-se pela sala, sons que vem da escuridão.

É o meu refúgio quando me vem à solidão.

O mesmo sopro que agride a sala me invade.

Mas dentro de mim, por veias vai se espalhando.

Sentimentos sombrios, o ódio. Eles estão nascendo.

Nasce dentro de mim à erva daninha, a bondade sufocando.

E sangrando, desisto de você para que não se torne nada.

Ainda resta em mim o que eles chamam de misericórdia,

Agora vá, não olhe para trás e nem respire o meu ar.

Para que a erva daninha não sufoque o que resta entre nós.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 21/06/2010
Código do texto: T2333005
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