A erva daninha
A erva daninha
Não me merece, como jamais merecerá.
Vestes brancas cobrem as feridas que me causa.
O medo está ao meu redor quando dele passo a lembrar.
E as minhas lágrimas... Ele as pode explicar.
Como um sopro noturno numa sala vazia,
Evocando ecos, entre brechas as melodias.
Espalhando-se pela sala, sons que vem da escuridão.
É o meu refúgio quando me vem à solidão.
O mesmo sopro que agride a sala me invade.
Mas dentro de mim, por veias vai se espalhando.
Sentimentos sombrios, o ódio. Eles estão nascendo.
Nasce dentro de mim à erva daninha, a bondade sufocando.
E sangrando, desisto de você para que não se torne nada.
Ainda resta em mim o que eles chamam de misericórdia,
Agora vá, não olhe para trás e nem respire o meu ar.
Para que a erva daninha não sufoque o que resta entre nós.
Victor Cartier