De outras paragens

Minh’alma gitana

De vez em quando aflora

Rompe fronteiras e sai alforriada

Colhe orvalho nos verdes prados

E da relva o seu regaço.

Minh’alma cigana

Descansa sob estrelas salpicadas

E renasce no colo das madrugadas

Enquanto bandolins tocam em noites enluaradas.

Minh’alma cigana baila faceira

No corpo aceso

Que a chamada fogueira inflama

À espera do beijo quente e doce

E da língua atrevida pelos vãos da boca.

Nômade, esquece a sina

E relembra a saga

Escrita na palma da mão

Sem temor, sem senões

Desalinhava os dias

Desarma fronteiras

E sai a passear livre de medos.

Minh’alma tem desejos desacordados

Permanece guerreira

Peregrina pelas frestas do querer

E sem castanholas espera

O tempo que suas raízes retornarão

Mesmo que em outra matéria.

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 21/06/2010
Código do texto: T2332482
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