As estradas que me levam
Elas me trazem de volta
De volta para casa
Vivo a cumplicidade dos caminhos
E sei que o que enfeita as paisagens
São as árvores com fundo de nuvens
Cada pedaço desse chão
Cada porção desse céu
A hora que for, azul ou não
Com nuvens ou estrelas...

Mas eis-me aqui
Sedento de amar os trens
Revisitando as folhas do parque
Subindo minhas próprias escadas
Para ser abraçado por estas paredes
De volta para casa para mim mesmo
Minhas marcas, minhas coisas
Minha história sua melhor parte
E esse gato a rolar no chão
Depois fazer birra, pirraça
Está bem: eu também te amo!

Desfazer as malas, para refazer depois
Tem estrada demais
Nesse meu pouco de história
Banho, café, sono, despertar
Por que é que tudo é melhor aqui?
Prometo de novo a todos os livros
Que um dia eu vou ler, vou sim
Uma página sequer, um capítulo
De um por um, de cada um
Música e desenhos, muito papel
Minha caneca de tomar água
Minha enorme capacidade
De precisar de pouco, quase nada
Como o despojamento desses versos
Sem tantas imagens impressionantes
Esses versos trazem roupa suja
E pó nos sapatos
E muita saudade daqui
Minha casa de espelhos
Onde posso me olhar sem rótulo
Sem culpa, sem desculpa
E sem máscara...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 20/06/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2331865
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