Maíne
A brevidade do olhar
Consumido nas longas horas
Aparta-me da ânsia,
Flerta com o medo ancestral.
Minha dolorosa respiração
Suave no espasmo outonal
Cresce a medida em que nossas bocas
Entrechocam-se no silêncio,para o nunca mais
Do falso esquecimento.
Ainda sinto suas feridas em meus ossos,
Em meus olhos fechados para a partida,
Nas cavidades mais profundas de recondita devassidão.
Sangue em vão explode como desprezo
Junto ao mijo e ao carinho tempestuoso
Nada sobra.
É sempre tão tarde para o recomeço,
Do corpo desfeito na marca eu carrego
A langue conveniencia do entorpecimento externo
Solitário como o mito de nosso romance
Decompondo-se ao sabor da inocencia perdida
E da irreparável falta.