Maíne

A brevidade do olhar

Consumido nas longas horas

Aparta-me da ânsia,

Flerta com o medo ancestral.

Minha dolorosa respiração

Suave no espasmo outonal

Cresce a medida em que nossas bocas

Entrechocam-se no silêncio,para o nunca mais

Do falso esquecimento.

Ainda sinto suas feridas em meus ossos,

Em meus olhos fechados para a partida,

Nas cavidades mais profundas de recondita devassidão.

Sangue em vão explode como desprezo

Junto ao mijo e ao carinho tempestuoso

Nada sobra.

É sempre tão tarde para o recomeço,

Do corpo desfeito na marca eu carrego

A langue conveniencia do entorpecimento externo

Solitário como o mito de nosso romance

Decompondo-se ao sabor da inocencia perdida

E da irreparável falta.

Raimundo Sturaro
Enviado por Raimundo Sturaro em 20/06/2010
Reeditado em 20/06/2010
Código do texto: T2331692
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