Do profundo prazer de esconder.
Se é verdade o que se esconde
É tão pura que nem a vejo,
E assim caminha o mais doce desejo
Terminando ninguém sabe onde.
Se é dor o que tenho no peito
É tão forte que nem a sinto
Ou de repente a desminto
Tentando inverter o deleito.
E se for verdade e dor?
Será que posso aguentar?
Ou melhor, seja como for,
Não tentarei me enganar.
E se for de veludo meu orgulho?
O que será de meus filhos?
Num canto deixo meus pensamentos, apenas entulho,
Poso morrer contando seus cilhos.