Do profundo prazer de esconder.

Se é verdade o que se esconde

É tão pura que nem a vejo,

E assim caminha o mais doce desejo

Terminando ninguém sabe onde.

Se é dor o que tenho no peito

É tão forte que nem a sinto

Ou de repente a desminto

Tentando inverter o deleito.

E se for verdade e dor?

Será que posso aguentar?

Ou melhor, seja como for,

Não tentarei me enganar.

E se for de veludo meu orgulho?

O que será de meus filhos?

Num canto deixo meus pensamentos, apenas entulho,

Poso morrer contando seus cilhos.

ABandeira
Enviado por ABandeira em 20/06/2010
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