Tem dias em que amanheço
Meio assim violas na varanda
Com gosto de café forte na boca
E um olhar preguiçoso de pular montanhas
Com os pensamentos deitados na rede
Preparando palavras tão solenes
Para receber a tão ilustre visita
De mais uma tarde que vem devagar
Pela terra daquela estrada empoeirada
Balançando bem suave em seu caminho
Trazendo na carroça todas as estrelas
Com que se possa enfeitar a noite
E esperar sonolento a madrugada
E esse azul e esse verde vistosos
Que não posso pintar em palavras
Guardo com cuidado na retina
Desses meus viajados olhos
Molhados de uma lágrima tão furtiva
Que mal disfarça essa emoção
De querer mais e mais viver...

Nessa preguiça esses versos
Têm cheiro de mato e barulho de rio
E lá longe uma chuva que vem
E deitado aqui na rede
Dá até preguiça de morrer...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/06/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2329594
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.