Tristeza Malmequer
E que navegam meu pranto ardente,
Meu gemido vermelho da minha boca que queima
Me despedaça vidraça de mim, me rasga feito pagina
Morada de traças e jantar de cupim, voa,
Voa longe do meu bem-querer, que te machuca,
Que te maltrata sem pudor, fuja de mim,
Num oceano sem fim, num horizonte mais alegre,
Dos meus braços que são sua prisão,
Cala-me do meu pranto seu silencio frio,
E me canta tristeza malmequer,
Ciranda desafinada, temporal sem cor.
Nos olhos da tristeza, vai navegando teu pesar em mim.
(Rod.Arcadia)