O Tudo e o Nada

Eu era o tudo.

Você o nada.

Eu brilhava.

Você apenas uma sombra.

Eu era mil.

Você apenas um.

Meu mundo uma loucura.

O seu a calmaria eterna que eu queria.

Eu a noite.

Você o dia.

Eu o riso.

Você a seriedade.

Eu sinfonia.

Você apenas um piano aprendiz.

Eu a vida da banda.

Você um coral.

Eu tinha fás.

Você era apenas mais um.

Eu a grandeza.

Você nunca dá o braço a torcer.

Nossas vidas tocaram a mesma partitura.

E o Eu e o um se tornou nós.

Éramos nós.

Sempre nós.

A banda, a fama, a voz, tudo acabou.

Os mil, o tudo, todos acabou.

O querer ter tudo deu lugar ao quero que você esteja junto.

E éramos nós.

Somente nós.

O mundo deu lugar a beleza de uma calmaria.

E se eu quisesse bagunçar.

Você estava ali, pronto pra bagunçar.

A calmaria deu lugar, a loucura, a loucura, o bel prazer, o bel prazer, a raiva.

Só sei que sinto saudade.

De um tudo e de um nada que me faz...

Uma falta bucólica.

Letícia Chaves
Enviado por Letícia Chaves em 18/06/2010
Código do texto: T2327889
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