O Tudo e o Nada
Eu era o tudo.
Você o nada.
Eu brilhava.
Você apenas uma sombra.
Eu era mil.
Você apenas um.
Meu mundo uma loucura.
O seu a calmaria eterna que eu queria.
Eu a noite.
Você o dia.
Eu o riso.
Você a seriedade.
Eu sinfonia.
Você apenas um piano aprendiz.
Eu a vida da banda.
Você um coral.
Eu tinha fás.
Você era apenas mais um.
Eu a grandeza.
Você nunca dá o braço a torcer.
Nossas vidas tocaram a mesma partitura.
E o Eu e o um se tornou nós.
Éramos nós.
Sempre nós.
A banda, a fama, a voz, tudo acabou.
Os mil, o tudo, todos acabou.
O querer ter tudo deu lugar ao quero que você esteja junto.
E éramos nós.
Somente nós.
O mundo deu lugar a beleza de uma calmaria.
E se eu quisesse bagunçar.
Você estava ali, pronto pra bagunçar.
A calmaria deu lugar, a loucura, a loucura, o bel prazer, o bel prazer, a raiva.
Só sei que sinto saudade.
De um tudo e de um nada que me faz...
Uma falta bucólica.