MATERNIDADE
Quem dá vida ao poema?
Aquela que o pare
ou esta que o joga
no mundo dos fatos?
A um filho da gaveta
jamais a gestação;
dorme nela um natimorto.
Convivo com ele feito um pai
paciencioso.
Atiço a sua fantasia.
Só não lhe troco as fraldas.
E, se chora, foi-se o pai...
Estranha é a maternidade do verso,
muda de casa logo após o parto.
– CONTINENTE SUL SUR – Revista do Instituto Estadual do Livro – IEL. Porto Alegre: nº 09, Nov1998, p. 65: 6.
– Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 22.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/23277