Algoz
Deixo o corpo esguio,
ao largo, inerte.
Fixo o olhar regente,
o fogo e a lança.
Sinto o amor, a flor,
a dor e a febre.
Sinto a algoz pergunta,
interna à pele...
Deito o olhar-menina,
ao Mundo e Inferno,
onde a tal verdade,
é o precipício.
Pois que na penunbra,
a voz persegue,
sombra de inocentes,
em sacrifício...
Não há Clero nesta,
escuridão maldita,
que traga silêncio,
ao céu e o mar,
pois que a onda bate,
e o mar agita,
vindo a tempestade,
anunciar...
Rogo, paz, perdão,
luz infinita.
Rogo a Gerra, à fenda,
retornar,
pois que o lírio adorna,
iguais destinos,
mesmo após a chuva,
desabar...
Peço ao Pai,
retorne à Humanidade.
Pinte o Arco-Íris,
novamente.
Já que o homem foge,
a tua vontade.
Já que o homem, fere,
e a Vós, ofende...
Caia sobre nós,
tua bondade.
Rasguem-se os Papiros,
do inimigo.
Tombe toda lança,
da maldade,
ao se abrirem as portas,
da Esperança...
Angra dos Reis e de Saudades,
04/09/2006
20:35hs