Pé calejado, inchado.
Andarilho andrajoso
que viaja no tempo,
em cada lamento
calado no peito.
É todo o jeito
que encontrou de viver.
Viajando sozinho,
nas estradas da alma,
o seu peito sem calma
nunca soube parar.
Não conseguiu encontrar
o seu porto seguro,
aquela luz no escuro
que sempre o fez caminhar.
Andarilho perdido,
que ficou esquecido
em um sonho qualquer.
Num olhar de mulher
que o vendo partir
sem saber o que quer,
aliviada, por certo
esqueceu-se da dor
que era tê-lo por perto,
querendo partir
Caminha, andarilho errante!
anda até esmorecer!
Que parar é somente o que falta,
para teu corpo morrer.