Quadro
Quadro
(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.
Bem que gostaria de morar
nesse ameno lugar...
Da quieta paisagem
da tela de minha sala...
Onde se vê calmamente
a tarde chegando ao fim
de sua branda passagem,
para ir repousar no poente...
e no outro dia voltar.
Bem me sentiria nesse
recanto encantador,
em que o rio manso
tem por palco o sabor
da modesta casa choupanal,
que muito se assemelha
a um garboso roseiral
de flores formosas,
multicores e frondosas...
acalentando o descanso!
Ah! que santo lugar!...
Que cenário e singeleza!
Creio, que alí, o Silêncio,
reside com sua amada - a
Pureza!...
sem com o resto do mundo
importar.
No pé de árvore recostado,
um violão quem sabe, talvez,
tenha sido deixado
por um caboclo tocador,
para ir deleitar-se
com a sua bela amada,
no pequeno barco a vela,
que, de quebrada em quebrada,
desliza... Completando a aquarela
com a paz do seu amor...
Lá está a pequena casinha tosca
nascendo do mato, qual meiga flor...
Afastada do mundo... De todos...
Longe do burburinho da cidade,
cercada de paz, ternura, amor
e o aconchego da saudade...
Meu Deus, lá está... lá se vê...
Confesso, minha querida:
- Trocaria tudo na vida
se eu ali naquele quadro
morasse só... Com você!
(*) Aparecido Raimundo de souza, 57 anos, é jornalista.
contatos: aparecidoraimundodesouza@gmail.com