Apenas Observando...
Cá tem um homem cheirando a cansaço
Largado ao léu, pensando: o que pensar?
Debruça o corpo por sobre o seu braço,
Tem um mistério escondido no olhar.
A vida passa, enquanto ele medita
Em seu universo particular.
Sua bagagem já não lhe predita
Em sua ânsia de onde vagar.
E de repente desfaz-se do peso...
Algo o conforta e o deixa a pairar.
O seu cansaço se torna desejo
De querer mais pessoas observar.
Tirando o peso para as costas, levanta
Deixando para trás seu posto instante
E circunda ao meu redor e me encanta
Ao revolver todo um tempo constante.
Em disparada, tal presa que foge,
Toma um destino incerto a me cruzar.
Se foi para o leste, não sei... Será norte?
Confidencio-me a interrogar.
Por um segundo, achei desmedida
Sua preguiça e seu modo de estar,
Que sua ausência se deu por sentida
Quando este verso acabou de acabar.