Flor de mistérios

 

Com que forma falar-te de amor

nesse sentir de ofensas?

Nem lágrimas, nem coração, nem sangue

há de ter no seu corpo, nem tremor

há nos teus olhos! O cristal;

uma seiva de água clara, nem dor

podem vencer os teus gestos, nem sal

há de ter na sua face expressão.

 

Com que forma esperar-te desejos

nesse louco sentir em brasas?

Nem pele, nem aroma, nem instante

há de fazer sentir a alma, nem paixão

há de murmurar alguém! O medo;

um êxtase de serenidade, nem confuso

nas noites de luar branco, nem horas

há de fazê-lo fúteis segredos.

 

O que há de certo modo oculto

nos teus olhos de mistérios, nem flor

há de ter fragrância em seus dedos!

 

(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 16/06/2010
Reeditado em 16/06/2010
Código do texto: T2322978
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