Amanheceu
na janela do nosso quarto
o beija-flor insinuava
um bom dia meloso e doce
nas frestas do batente
o sol amainava alegremente
qual um espião abelhudo
na cama
fazíamos rodopios singelos,
quase infantis
feito malucos
criávamos imagens delicadas nas paredes:
amávamos – um ao outro, sem pudor