FALTA CHÃO

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Lembrando a planície de Nazca,

Infinitas réguas traçam traços dúbios

Sobre o imenso chão

Que me foge

Aos pés...

Ao lado de mim,

A Lagoa da Pampulha e seus aguapés...

Forçosamente, passo a pão e água

E deságuo no oceano da Paz Primeira

Que todo mundo quer!...

Libélulas voam no escuro

E procuram a luz da minha lâmpada,

Incômodas.

Foge de mim o passo.

Regressão

Ventre de mãe

Leitinho morno no seio

De quem me gerou...

Anos depois,

As células desse mesmo seio iriam enlouquecer!...

Pesquisadores incansáveis procuram a cura

Para a loucura das células...

Gostarei de abrir o portão da garagem

Com controle remoto

Quando chegar o carro da minha filha.

Ela já foi assaltada

E quer segurança,

Não viver sobressaltada!...

Aterrissagem forçada.

Não sei voar,

Mas um dia aprenderei.

Ao final,

O vôo é inevitável.

Forçado!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 04/09/2006
Código do texto: T232244