O quase amor
Vagueias calado pelos os teus caminhos,
e às vezes pálido, pelo o súbito espanto,
encontras alguém, de passos também sozinhos,
com alguma dor, com algum pranto...
E te perguntas o que se deve passar naquele peito,
a causa dos suspiros do outro que vai andando,
até ficas horas pensando se há como dar-se um jeito,
nesses dissabores que a vida teima em estar ofertando.
E então tomado, por imensa inquietação,
uma indagação entre os lábios toma uma voz
“Que te passas, que acontece contigo?”
desatas assim na tua garganta, uns nós.
E o outro, como se já a muito soubesse o que dizer,
não ensaia discursos, logo levanta a cerviz
“Ah, é exatamente algo que não passa, o tal do quase amor,
nada a se considerar, mas muito a se deixar infeliz.”