Humana vida de caminhos projetados
Bebo desta vida líquida
É tão mais rápido querer, usar e esquecer.
Desejar. Por que tentar encontrar razão nas coisas que penso?
As coisas que tenho... Elas as coisas ausentes de alma.
Aflição. Possuir-me de alma.
Então me olho de novo e ao teu lado sou pássaro.
Volto um instante para dentro de mim e sem que percebas...
Parti rumo aos rochedos e deslizo suavemente entre os céus.
Ah... Humana vida de caminhos projetados de amores mapeados
Aprendizes treinados de pássaros sem asas.
Quanta palavra dita e escrita deleita sapiência.
Entrego meu corpo num vôo em queda livre, só de partida...
Momentos. Contemplo o gozo de toda a água sobre a terra
Das alturas sinto a dor do despertar da semente
Sofrimento em romper o lacre da casca em direção do sol.
Sou nada, sou imperfeita. Convulsiono meu espírito diante
Da dialética e cruel necessidade de ser. Condenações humanas.
Então me derramo sobre o novo abismo e bebo dessa vida líquida
Reconstruo meu desejo de ser. E retorno despindo-me as asas.