Explicação
Eu vôo porque vôo,
E espero porque há tempo,
E porque não há meta.
Eu busco porque corro,
(e corro porque busco)
E assim me desencontro,
No silêncio em que me oculto,
Em uma sensação imensa de abandono
Eu ando porque pouso,
E em um passo tão minúsculo
Que quase não me movo,
E velejo, pois preciso,
Mas de nada serve a poita,
Pois eu passo,
Pois não fico.
Eu grito porque não calo!
Porque há um fluxo imenso de palavras
A roçar a minha língua
E eu calo porque não grito,
Porque não há lugar no meu peito,
Para mais que ferro e brita.
Eu ganho porque não tento,
E ganho sem ganhar nada
Estou porque não é momento,
E me ausento, porque não posso estar.
Eu sou, porque me dói, e é triste
E porque mais triste ainda é não ser