Explicação

Eu vôo porque vôo,

E espero porque há tempo,

E porque não há meta.

Eu busco porque corro,

(e corro porque busco)

E assim me desencontro,

No silêncio em que me oculto,

Em uma sensação imensa de abandono

Eu ando porque pouso,

E em um passo tão minúsculo

Que quase não me movo,

E velejo, pois preciso,

Mas de nada serve a poita,

Pois eu passo,

Pois não fico.

Eu grito porque não calo!

Porque há um fluxo imenso de palavras

A roçar a minha língua

E eu calo porque não grito,

Porque não há lugar no meu peito,

Para mais que ferro e brita.

Eu ganho porque não tento,

E ganho sem ganhar nada

Estou porque não é momento,

E me ausento, porque não posso estar.

Eu sou, porque me dói, e é triste

E porque mais triste ainda é não ser

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 14/06/2010
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