Quem dera !

Quem dera renovar a vida

Fechar o relicário da amargura

Esquecer fráguas e feridas

poder beijar a boca da ternura

Quem dera poder ter nas mãos

o lindo pássaro da ilusão

que com seu mavioso canto

alegrasse este trôpego coração

Que dera jogar fora a bagagem

que durante a longa viagem

escondi tantos sonhos fugazes

que não foram capazes de sorrir

Quem dera poder mudar

o mapa obtuso do destino

que segue os caminhos sem tino

e ancora no paroxísmo da dor

Quem dera afogar a alma

no imenso oceano da poesia

com versos bordados de magia

alforrizasse a escrava vida !

Recife/2006

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 03/09/2006
Código do texto: T232007