Quem dera !
Quem dera renovar a vida
Fechar o relicário da amargura
Esquecer fráguas e feridas
poder beijar a boca da ternura
Quem dera poder ter nas mãos
o lindo pássaro da ilusão
que com seu mavioso canto
alegrasse este trôpego coração
Que dera jogar fora a bagagem
que durante a longa viagem
escondi tantos sonhos fugazes
que não foram capazes de sorrir
Quem dera poder mudar
o mapa obtuso do destino
que segue os caminhos sem tino
e ancora no paroxísmo da dor
Quem dera afogar a alma
no imenso oceano da poesia
com versos bordados de magia
alforrizasse a escrava vida !
Recife/2006