Dias Mofados

Rasgo as finas rendas

Mancho as cores das sedas

Visto-me de trapos e fitas

Uso cruas sandálias nos pés

No peito o silêncio guardado

Nos olhos dias mofados

Na boca metáforas sujas

No coração sonhos quebrados

Pelo mundo busco o meu chão

Miro no céu o mapa da ilusão

Na terra vejo os labirintos da vida

entrelaçados pelas fitas da tristeza

No frágil pêndulo do destino

encontro uma bússola sem timão

Navego nos braços do ventos

Ancoro no meu porto solidão!

Recife-PE

Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 03/09/2006
Código do texto: T231989