Dias Mofados
Rasgo as finas rendas
Mancho as cores das sedas
Visto-me de trapos e fitas
Uso cruas sandálias nos pés
No peito o silêncio guardado
Nos olhos dias mofados
Na boca metáforas sujas
No coração sonhos quebrados
Pelo mundo busco o meu chão
Miro no céu o mapa da ilusão
Na terra vejo os labirintos da vida
entrelaçados pelas fitas da tristeza
No frágil pêndulo do destino
encontro uma bússola sem timão
Navego nos braços do ventos
Ancoro no meu porto solidão!
Recife-PE