Poema malcriado
Vontade de chorar já não trago,
Sinto dor, mas me detenho.
O que me resta é o açoite.
Frio sentimento contenho.
Por que na vida fui escolhido,
Para sentir o nebuloso afronto?
Por mim não foi este concebido
Tampouco escolhido, o confronto.
Saibas, por fim de ti serei livre.
A desfrutar, solene o céu.
O canto que a muito reincide
Tira-me da condição de réu.
Sinto-me forte agora,
Deixei minha vida porvir outrora.
Mas, hoje posso com ardor viver
Sem ter o sentimento que vem de você.
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2009.