BATALHA

Ainda hoje,

todos os dias são noites

escuras de bruma densa.

Os pensamentos são como açoites

trazendo dor e tristeza imensa;

lembranças são cacos de vidro

brotando sob meus pés descalços...

E peregrina, alma desvairada,

vou vagando ao léu

e vencendo, um a um,

os infames percalços.

Chorando, praguejo e grito.

Me arrasto às vezes,

mas não desisto pois sei

que a batalha é dura,

que espada corta, que a lança fura,

que a carne rasga, que o sangue escorre,

e eu tenho que ter sempre

escudo e armadura!

E mesmo que

algumas vezes queira,

eu nunca desisto.

Resistente a tudo, eu luto,

eu insisto em empunhar as armas

e, se for preciso,

buscarei a fúria de mil furacões.

E se, para vencer, isso ainda for pouco,

arrasarei o mundo todo em fogo,

me vingarei de todo o logro,

e depois rirei com meus dragões!

LA BANDOLERA
Enviado por LA BANDOLERA em 13/06/2010
Código do texto: T2316796
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