O CADERNO
O CADERNO
Victor Jerónimo
Comprei um caderno
Para minha poesia escrever
E com um caderno cheio de linhas
Fiquei sem saber, o que fazer.
Olhei para tanta linha
Meu Deus, que irá acontecer
É linha demais para mim
E vai de não escrever
Mais tarde regressei
Com vontade de escrever
Estava bem inspirado
Mas, meu Deus...
não tinha a pena de metal...
Fui comprar a esferográfica
Para então poetar
Mas não poetei nada
Malvada esferográfica...
não tinha bolinha de metal...
Aí cismei e pensei
Será que eles roubaram a bolinha?
Assim o povo não escreve
E ficam todos em fantasia!...
Lembrei-me então dos meus dedos
E do teclado virtual
Fui-me a ele de imediato
E descarreguei...
Não digo mais nada...
Recife, 10-02-2004