PAREDES DE PEDRAS

As raízes perpetuam

tua face,

erguendo paredes de pedras

pontiagudas em teus pés.

A carne geme em tua voz,

chamando o pranto que atua

em teus lábios, a resignação.

No teu cerne uma indagação

da consciência, de teu limite,

até quando isto persiste...

na confidência da palavra

murmúrio desta estrada...

a vida pálida

acode o âmago quem sofre,

nas peregrinações do eu,

instrumento que ecoa

aos quatro ventos...

no momento que emerge,

estremecendo a água

da nascente dessa fonte oculta,

da eterna busca,

que eclode no silêncio do viver...