coisas que penso enquanto escovo os dentes







(ó, noite cheia
de lua vazia,
estou com a dúvida,
ou a dúvida comigo está?)

queixumes,
deixem-me quieto
já é sórdida a antemanhã
e ela que se vá

pois
latejante
a incerteza me esmurra
se não há na memória
pronta desculpa
ou sinal de razão

só me resta
o coração, foz
onde deságua mágoa
onde perco a voz
onde tudo é

lodo

(e a torneira
ficou aberta
o tempo todo)


 





13/2/1998
Lucas de Meira
Enviado por Lucas de Meira em 11/06/2010
Reeditado em 17/05/2014
Código do texto: T2312876
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