Mãe preta estou só!

Da cor da noite...

Mãe da terra, mãe de tudo.

Mãe do dia.

Eu não queria,

Não ter medo da água fria

Que fere seu rosto e corta seu coração.

Tenho sede. Tenho fome.

Mãe preta estou só...

Tenha pena! De mim tenha dó.

Canta uma canção!

Mesmo de pele encarquilhada

Carapina branca...

Quase sem forças chacoalha a anca

Dá-me a sua mão!

Quero um pé-de-moleque!

Não pega! Até parece... Me pede moleque!

Se não, não vou dar.

Minha mãe vai me agradar.

Por que será que ela entristece

Quando olha pro mar?

Mulher negra, mãe do dia.

Mãe da noite.

Embala-me, me dá guarida!

Pra que eu possa, sem acoite,

Também embalar a vida.

De Magela

DE MAGELA POESIAS AO ACASO
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 10/06/2010
Código do texto: T2311628
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.