VERSEJANDO
Os versos sempre exprimem sentimentos
Seja o amor, a euforia, a dor atroz...
Bem do âmago de um ser que silencia
Desempenham o papel de porta-voz.
Silentes, falam mais que mil palavras
Exteriorizam o que vai dentro da alma
Mesmo estáticos se arrastam mundo afora
Alternando riso e pranto, ânsia e calma.
Pelas trilhas de uma extensa trajetória
Solitários, sempre encontram companhia
Entre aqueles que ao relento perambulam
Pelas noites nebulosas e sombrias.
Lentamente os versos vão deixando rastros
Como nuvens, eles bailam no infinito
Versejando eles se ocultam no horizonte
Ecoando dentro da alma um terno grito.
Voam livres sem destino, sem fronteiras...
Necessitam se expandir e extravasar
Sentimentos que no peito ora se instalam
Sem que haja espaço para os abrigar.
Traduzem tudo o que o silêncio omite
O que a voz já não consegue expressar
Pensamentos que pela mente fervilham
No inconsciente dia e noite a divagar.
Versejando vou acalentando sonhos
A externar as inquietudes e os anseios
E assim, em cada verso, em cada estrofe...
Vou mesclando a realidade e os devaneios.