Soneto ao Cupido apaixonado...
Uma beleza tão pura que nem o verbo contempla
Conquistou a devoção que só aos deuses é devida
Mas desperta a ira da deusa da beleza que ostenta
A faz derramar todo o seu fel sobre a alma atrevida
Recebe, filho da Vênus, a ordem de disparar a seta
A eleita do real pegureiro não pode deixar impune
Faz, Cupido, que a borboleta ame a criatura abjeta
Assim, saibam todos, que a deusa se ofendida pune
O Cupido mesmo reticente cumpre sua sina maldita
Derrama amargura nos lábios da virgem adormecida
Ao vê-la despertar arrepende-se e os olhos dela fita
E o deus que espalha amor e dor sente-se apaixonado
Ligam-se os dois corações pelos laços eternos da vida
Resta-lhes viver a bela paixão para sempre lado a lado.
O Mito do Cupido apaixonado
Brasília-DF, 09 de junho de 2010.
Inspirada no capítulo XI do "Livro de Ouro da Mitologia", de Thomas Bulfinch.