O CALAR DAS PALAVRAS
Quando as palavras calam
Dentro de mim
Sinto que anoiteço
Adormeço
Num tempo sem fim!
E nessa perspectiva
Introspectiva
É como se eu implodisse
Fechando-me
Desesperançada
Desiludida
Uma eterna paralisia!
E me sinto átomo
Sem núcleo
Estacionado no tempo espaço
Completamente perdida num vácuo
Onde a inércia me domina!
Não há sofrimento
Nem agonia
Não há argumento
Só calmaria!
Mas há um pequeno ponto
Que cisma em aparecer!
Minúsculo ponto brilhante
Revolvendo meu viver!
E noto, nesse instante,
Sem nem saber explicar
As palavras brotam
Como numa fonte
E eu novamente
Coloco-me a rabiscar!
Palavras que não falavam
Pois nada tinham a passar
Simplesmente se cansaram
E agora não querem mais calar!
Santo André, 09.06.10 – 2h40m