A TEIA
Na vida
cada qual merece
um papel.
Nele se grava,
a pincel ou cinzel,
a passagem batida,
a vereda.
Quantos riscos,
risos, rios
vão se juntando,
babel, teia tecida
em afinagem de gazel
ou em drama
de amargo fel.
Ao final, resta a trama
vincada no rosto,
no corpo, na pele de seda,
o enredo exposto
sob a fina e fissurada lama,
anagrama
do delicado Ser suposto...
Lina Meirelles
Rio, 08.06.10
(para o Forum - poesia on line - mote "Recortes em Papel de Seda")