O que se lamenta!

Tudo é unânime quase frugal

Passagem passante, árias,

Tempo que escoa, evolui,

Enquanto se espera mudanças

Largos sorrisos, lágrima pendente,

Aqueles que partem, deixam,

Um só em falsete sem voz

Minuto perdido uma casca

Futuro olhando o próximo

Rasgos acetinados, adeus, "voilá",

Têmperas acessas, noturno em Marte,

A nau que me carrega, próxima Ilha,

Nu entre pensamentos no ágora

Nada lamento pelo passado

Outro minuto página estendida

Voz sem imagem no canto da sala

"Très bien", sonata de outono,

Vendo setembro desabrochar em flores

Cá tenho o inverso do gosto

Malvisto meu rosto dito delito

Amar no intransitivo, nua a calçada,

Abrem-se as portas na ladeira, Lisboa,

Foi-se outra visão para navegar

Quadrinhos em P&B abstratos milenares

Quantia parecida no atro próximo

Lavandas e amálgamas para neutra latitude

Amores vadios encarnados pela vista

Arrivista galego no Galápagos pacífico

Olho que branda o mar ao norte

As flores nem sempre do mal avisam

Além mar vem à pena escarlate

Do que nada muda morto minuto

Avelãs frescas para o próximo Natal

Do gótico nonscence frugal

Nada morre sem nada deixar.

Todo dia se acaba para enaltecer o próximo com o bom da vida!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 02/09/2006
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