Natal
Nessas imensas trevas que me servem de abrigo
Cheias de ruídos, calor e emoção.
Enquanto sou envolto em carinho e curiosidade
Luto contra o elo que me prende para alcançar a primeira idade
O som que não me deixa nem por um segundo,
Tum-tum, Tum-tum, Tum-tum,
Faz vibrar meu corpo inteiro.
É o meu coração ansioso a bater ligeiro.
Posso ver uma luz no fim de tudo,
Olhares curiosos a me esperar,
Sinto muito medo e insegurança
E no fundo de mim a vontade de voltar.
Mal me acostumo com o frio desse estranho lugar,
Sou violentamente convidado a chorar.
Mas como consolo, o primeiro de milhares,
Envolve-me braços bem familiares.
Um beijo na testa, a mesma canção
“Espera um pouquinho, eu quero mamar”.
Salvo, então, digo já abrindo um sorrisão:
“Bom dia, mundo, acabei de chegar”.