Reaquecendo

Eu vi uma dor sem explicação.

Era só vontade de chorar,

Era aperto sem motivo,

E seriedade que contagiava a felicidade.

Egoísmo e medo acompanharam o desânimo.

Sem paciência para a amargura,

Procurei um grito, uma bofetada, uma repreensão,

Não achei nada...

Apenas minha incompreensão,

Descontrolada e culpada.

Ficar assim cansa e faz mal,

Os conviventes tornam-se chatos,

A árvore que abriga o pássaro perde o canto,

A energia interior se dissipa,

O andar das crianças fica irreparável.

Sem uma brecha para fugir,

Aceitei perder um pouco de vida.

Mas depois de um ônibus com corpos na porta,

Depois de uma corrida para não se atrasar no trabalho,

Revejo que tenho o motivo de viver.

Até o que está em dificuldade,

Recupera-se e se reinventa.

Esqueci e perdi o prazer por um tempo,

Agora é aproveitar minha verdade.

É viver sem temer a mim.

Veronica Ribeiro
Enviado por Veronica Ribeiro em 08/06/2010
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