Filos Sophia
Deste canção à poesia, poetizaste a vida.
Pos no amor, o teu sabor
Pela luz do teu olhar vibrante
E irresistivelmente, carente de cor.
Tens me preso a teus abstratos ósculo,
Como promessa de dia claro, no despedir da tempestade.
Mas contrariando tudo que é sano,
Te abraço.
Com teus passos, quase sincronizados,
Dedilhavas surreais acordes poéticos.
De toda imersa no apogeu de tua sapiência
Trauteias em versos minha existência.
Costumas a voz dos teus anseios recitar
Nisto alavas meus anelos, e levavas-me além do longe.
Fertilizando ilusória esperança
No árido solo do meu pensamento.
Agora já não sei como voltar.
Ensinou-me a amar-te apesar de não conhecer-te,
Fazer de cara poro do teu corpo um porto seguro
Onde me esqueço da contradição de não te ter por perto
E ter que me contentar com esse segundo.
Por que eras e já não és,
Por que foste e não voltastes?
De presente, escombros da desordem
Que a tua ausência trás.
Grato, hoje eu sei:
Em tuas guerras, eu tinha paz.