O NAMORO E O TEMPO
 
     Aquele ramo de rosas
     que você jogou na rua,
     no dia dos namorados,
     entre versos e prosas
     é o que pude dar pela sua
     atenção aos desprezados.
 
     Jóias caras você ganhava
     e lhe alegrava a luxúria.
     Ter mais era sua paixão.
     O caráter não importava,
     pois julgava, com incúria,
     ter todos eles em tua mão.
 
     Naquela noite, na pracinha,
     eu ganhei singela margarida
     das mãos de certa mocinha
     que tocou fundo minh’alma,
     mudando toda minha vida,
     me ensinando como se ama.
 
     E o tempo, juiz implacável,
     me tornou um ser feliz
     e lhe ensinou a dura lição.
     Naquele dia irreversível,
     com o ramo que não quis,
     você jogou fora meu coração.
 
                           SP – 06/06/10

                     

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 07/06/2010
Reeditado em 07/06/2010
Código do texto: T2305078
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