Óculos Roxo
Óculos Roxo
Diante de tantos olhos,
De tantos corpos encostados,
Atentos na voz do conhecimento.
No meio de tantas peles,
De cores várias, de várias formas,
De belezas e maquiagens múltiplas,
Há uma menina escondida
No óculos roxo dos finos olhos.
Está no centro das cadeiras vazias
O seu rosto semi-pálido, sem riso.
Seus pés apoiados no vão da cadeira à frente,
Com o seu all star preferido.
Mulher de alma quieta,
Que guarda em teu ser a inteligência
Nas poucas palavras ditas,
Na calma voz baixa.
Tudo parece ser tão pouco,
Diante de tudo que tem.
Poucos devem saber o instante
Que sua alma se enaltece.
Deve ter amor que pouco sente
Ou é angústia que sente tanto?
Dentro dela habita um pouco
De tudo que a cerca.
É confuso abraçado com a dúvida.
É tudo que pressinto
Mas nada sei...
Tudo vejo aos meus olhos
Além da lente, ao longe.
Daniel Pinheiro Lima Couto
31/08/2006