[Em Fuga]
Nem todo esse jazz,
nem todo esse blues,
nem todo esse vinho
vão me trazer quem eu quero...
Mas bem podem me levar
para o mundo dos sonhos,
para o mundo que não mais
há de ser, nem há de existir...
Estou só... e como no suplício
de Tântalo, tudo me foge,
tudo escapa das minhas mãos...
Falsamente ingênuo,
porque desconfio da resposta,
eu pergunto para a noite, para a garrafa:
por que, por que tudo me foge,
por que esta sede insaciada?
Eu, em fuga de mim?!
Que ironia... nunca pensei
que eu chegasse a tal ponto!
[Penas do Desterro, 01h15 07 de junho de 2010]