És momento de vida presente
sem lembranças, nem mesmo as mais doces,
quiçá alguma (porventura) ácido ou amarga.
Porque vens de hoje, de agora,
e do que sobrevive ao que se pode esquecer.
És único - e nenhum protótipo te molda,
nem mesmo toda água da Terra onde pisas
e haverá de um dia sob seu manto te aquecer.
Nenhum fogo que te corrói
deixará em tua carne
algo que te faça a outra chama parecer,
nem mesmo as labaredas que invadem tua alma em momentos de solidão -
porque és único em teu sopro
que te faz espalhar cinzas passageiras
para reinventar-te em festa de fenix azul,
saída do teu próprio invento
e renascido do teu próprio carvão.
Guarda em Ti essas palavras,
porque daqui, do meu resguardo solitário,
em silêncio,
ofereço-te.