És momento de vida presente
sem lembranças, nem mesmo as mais doces,
quiçá alguma (porventura) ácido ou amarga.
Porque vens de hoje, de agora,
e do que sobrevive ao que se pode esquecer.

És único - e nenhum protótipo te molda,
nem mesmo toda  água da Terra onde pisas
e haverá de um dia sob seu manto te aquecer.

Nenhum fogo que te corrói
deixará em tua carne

algo que te faça a outra chama parecer,
nem mesmo as labaredas que invadem tua alma em momentos de solidão -
porque és único em teu sopro

que te faz espalhar cinzas passageiras
para reinventar-te em festa de fenix azul,

saída do teu próprio invento
e renascido do teu próprio carvão.

Guarda em Ti essas palavras,
porque daqui, do meu resguardo solitário,
em silêncio,

ofereço-te.

 

Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 06/06/2010
Reeditado em 17/04/2022
Código do texto: T2303628
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