ATO XVII- O Mundo como Vontade e Representação, da Poética do Fingimento

ATO XVII

E o eterno fluir das nossas vontades

não invadem palcos tão profundos

só para nos confundir com inverdades

sobre a idéia que fazemos do nosso mundo.

Não somos o espetáculo de som e fúria

somos aqueles que habitam os bastidores

a engendrar para si mesmos a história

da sua própria perdição, dos seus amores.

E esse sonhar inconsistente que invade

o nosso próprio mundo representado

não nos perece irreal por ser verdade

é o que queremos enxergar sendo criado.

O que quero, porém, dizer e me estendo

é que cuidando representar os nossos mitos

nos foge a compreensão de que é vivendo

que estamos. E não há nada mais real, é isto.( 348 )

Danilo Sérgio Borges
Enviado por Danilo Sérgio Borges em 06/06/2010
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