Motivo da luz

Ó vida, que ao motivo da luz

Segue na escuridão, entrega-se

À beleza, em busca da nobreza,

Fugindo sempre da sofreguidão.

Abastados os que vêem ao menos

O por do sol, simples aos amores

Em vão, momentos tão pequenos

Que se sentem protegidos,

Mas na verdade ao desabrigo estão.

Ó vida, onde alma e coração se prendem

Por emoção e prazer, não se vive por viver,

Não se ama sem querer, principalmente

Se não houver motivo que leve a paixão.

Então da lua se faz seresteiro, o derradeiro

Amor é sempre o primeiro, não há piedade

Nem compaixão, porque ele está na alma

Assim como o dono está para o cão.

Ó vida, como pode ser assim tão célere

Quando há por ti amor verdadeiro?

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 06/06/2010
Reeditado em 06/06/2010
Código do texto: T2302548
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