gemeos

Vania tem alma

gemea

de si mesma

e quem querer

É gigante

de dar sombra

É pequena

de se esconder

Tem uma boca

que rumina

e outra que não é de comer

Um nariz que cheira

e outro que bufa

rinítico

Vania advoga

condena e absolve

tudo ao mesmo tempo

Tem um coração

doce e quente

até lembra mel

e outro frio

quase amargo

Mas vai ver Vania

mesmo

quando é velha

de tão certa

de tão séria

e menina

de subir em prateleiras

correr na cozinha

rir à toa

Vania enfim

é de se odiar

é de se amar

ela e todas as suas maluquices

Só não se engane

se tudo que nela um é dois

imagine o que é em dois

Vania tem espírito

até espírito-de-porco!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 05/06/2010
Reeditado em 28/06/2010
Código do texto: T2301821