Poesia musicofílica
É uma dança de luz
Por entre notas dedilhadas
O som da natureza,
Que no violão se traduz
Num embalo transcendental
Que em suas cordas se traça.
É o fogo queimando a razão,
Andorinhas fazendo o verão,
O extirpar do negro fastio
Qual neblina, embaça a visão.
É um voar de seres livres,
Um gorjear de uirapuru,
O limiar do que amanhece
Ao que provém do negro azul.
O executar o som dos céus,
Que fustiga desesperança
Fulgura a beleza de criança.
Com um corisco aceso ao léu.
Rio de Janeiro, 05 de Abril de 2010.