Barata Morta
Ali no canto porta
Jaz uma barata morta
Patas e patas tortas
Espalhadas até por baixo da porta
Agora que a barata é morta
Posso dançar por cima dela
Mata-la e remata-la
Quantas vezes meu nojo mandar
Agora que tens as pernas tortas
Agora que estas com as pernas soltas
Já não podes mais andar
Agora que a barata é morta
Não passa de um nojento envelope
Sem endereço, sem remetente
Fina de ser pisada
Murcha de ser vazada
Agora que a barata é morta
A formiga não faz a volta
Refestela-se das vísceras
E das pernas soltas
Agora que a barata é morta
Não tem mais pressa
Não tem mais medo
Calmamente aguarda o vento caixão