Barata Morta

Ali no canto porta

Jaz uma barata morta

Patas e patas tortas

Espalhadas até por baixo da porta

Agora que a barata é morta

Posso dançar por cima dela

Mata-la e remata-la

Quantas vezes meu nojo mandar

Agora que tens as pernas tortas

Agora que estas com as pernas soltas

Já não podes mais andar

Agora que a barata é morta

Não passa de um nojento envelope

Sem endereço, sem remetente

Fina de ser pisada

Murcha de ser vazada

Agora que a barata é morta

A formiga não faz a volta

Refestela-se das vísceras

E das pernas soltas

Agora que a barata é morta

Não tem mais pressa

Não tem mais medo

Calmamente aguarda o vento caixão

Fabio Damico
Enviado por Fabio Damico em 01/09/2006
Código do texto: T230097