ao devaneio

 

 

 


Tornas frágil a queda que me sustenta,
quedeterna,
de pré-suplício,
lenta.

Oh, um resquício de lua no fim do túnel,
um resquício de mim...


Manicômio!

Comitrágico, bebo, do vinho,
o reflexo que detesto
em pura frieza,
chorando minha natureza,
escravizada em pesadelos.

Elo.

Erro?

Não sou mais o errante
agora longínquo de tudo e de todos
sendo lá, ou cá,
o que for.

Não, eu não quis rimar com distante.

Todavia,
prometo conceder-me
o fardo e o favor.

(Apenas quero dizer
que só entendo
quem acho estranho.
E estranho
quem não entendo.

Eis a loucura
me enlouquecendo.)

 

 


 

23/10/1997
Lucas de Meira
Enviado por Lucas de Meira em 05/06/2010
Reeditado em 15/05/2014
Código do texto: T2300540
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