Luta e Banho

O silencio é gradativo

A mão pareia o ar.

Os pés fixos e preparados.

Tensos, os músculos começam a fisgar.

É um round bem cansativo.

Joelhos semi-dobrados.

Cada golpe é dado com minúcia,

Cada esquive sai-se com astucia,

São chutes, joelhadas,

Cotovelos e mãos palmadas!

Golpes precisos, sem desperdício.

O suor escorre pelos orifícios.

Cada traço de pele... Foi regado...

Com esse cansaço molhado,

Olhos cerrados marcam o adversário.

Os golpes silvam como canário.

O cansaço empreendido.

Traz um gosto adquirido.

O gosto das lagrimas de sangue e coroas da glória.

Esse é o sabor da vitória!

Após a euforia...

A alegria.

...

Só o silencio!

Um incenso...

E um banho!

No seu corpo vejo as gotas escorrerem.

Deslizando com suavidade.

Com maestria te percorrem.

Seus cabelos molhados,

Antes emaranhados;

São escorridos,

E agora lisos!

A espuma lhe toma conta.

Embranquece-lhe de ponta a ponta.

Ah. Delineante, deliciosa delicadeza.

Aquece e espanta a frieza.

Leniente, a lutadora guerreira.

Torna-se uma dama brasileira!

Derlei A

10 de junho de 2008